Aranhas: Sim ou não para o meu filho?
Todos os pais querem sempre o melhor para o seu filho. Darão sempre o seu melhor e máximo para proporcionarem o melhor aos seus filhos e da melhor maneira que sabem e conhecem. É realmente uma constatação óbvia e assente. No entanto, muitas vezes com a vontade de estimular e dar o máximo, compramos objetos e aparelhos que não os irão ajudar. Por isso, a questão impõe-se: Aranhas farão melhor ou pior ao meu filho?
O uso de aranhas era algo comum há alguns anos atrás. Cada casa tinha a sua aranha com uma intenção de fazer os bebés andarem mais cedo e mais depressa. Com a progressão da evidência científica e com estudos adequados, comprovou-se que as aranhas não ajudam em nada a aquisição da marcha por estas razões:
Colocar o seu bebé numa aranha antes de ele conseguir adquirir a posição de pé, poderá atrasar a marcha e promover alterações estruturais (musculares e articulares) nos pés e membros inferiores, por o seu corpo não estar preparado para a posição.
A posição promovida pela aranha a nível de membros inferiores não é a correta para a marcha. Se observarmos com atenção notamos que a posição que o nosso filho usa para andar é muito distinta da que tem quando colocado numa aranha. Verdade ou não?
A aranha retira o peso do corpo sobre os membros inferiores que os bebés têm quando andam, por causa do apoio que existe entre as ancas.
A aranha permite o bebé adquirir velocidades elevadas, aumentando o risco de acidentes, como provado em inúmeros estudos, apesar de visualmente parecer que o nosso filho está mais seguro e bem preso.
A existência de um tabuleiro na aranha diminui a interação da criança com o mundo, dificultando a criança de tocar nos brinquedos.
Existe até evidência que diminui a possibilidade de o bebé gatinhar, numa etapa muitas vezes desvalorizada pelos pais, mas que é o primórdio de competências como a coordenação global, equilíbrio, entre outras.
Desta forma, podemos concluir que as aranhas não ajudam/promovem o andar dos nossos bebés, trazendo até mais desvantagens do que vantagens. Por isso é desaconselhado o seu uso em bebés e completamente proibido em crianças com patologias que afetem a parte motora.
Artigo escrito por Beatriz Silva, Fisioterapeuta Pediátrica